Documentário da TV Câmara Itapevi homenageia artista Laurindo Galante

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A TV Câmara Itapevi prestou homenagem ao premiado artista plástico Laurindo Galante, de fama internacional e criador de uma das peças artísticas mais conhecidas de nossa cidade, o famoso “Busto de Rui Barbosa”, um presente do artista a cidade, foi colocado na década de 60 na praça Carlos de Castro, pelo primeiro prefeito da cidade, Rubens Caramez.

O busto permaneceu por décadas no local, se tornando um marco para os moradores da cidade. O progresso chegou, a cidade cresceu e, com a recente reforma e remodelação da Praça, o busto foi encaminhado aos cuidados da Secretaria Municipal de Cultura e Juventude, mais especificamente para a Escola de Artes da cidade, onde a mesma possui um curso livre e gratuito de esculturas.

No documentário, os jornalistas Marcelo Damasceno e Cunha Junior, respectivamente Ouvidor Geral e supervisor de Multimídia da Câmara de Itapevi, entrevistaram os filhos do escultor, Dora e Paulo Galante, que narraram a origem do pai, a paixão pelas artes, estilo artístico, principais trabalhos e a importância da arte na vida das pessoas.

“Gostaria de fazer um grande agradecimento ao escultor Cláudio Martins, que possibilitou que nós estivéssemos aqui nesta manhã tão emotiva. Quero agradecer também ao digno professor Rafael Alan, presidente da Câmara de Itapevi, e agradeço do fundo do meu coração a esta equipe que possibilitou que eu e minha irmã pudéssemos externar ao mundo quem foi Laurindo Galante”, afirmou o filho Paulo.

O conteúdo da entrevista está disponível no canal da TV Câmara Itapevi no YouTube, dividido em duas partes.

Parte I – Entrevista com Dora Galante

Parte II – Entrevista com Paulo Galante

SOBRE O ARTISTA*

O artista Laurindo Galante passou através de uma experiência rica, assimilando sempre de maneira original, certas contribuições fundamentais da cultura do século XIX e do inicio do século XX, do realismo, ao expressionismo, à neo-figuração.

Essas fases de seu percurso artístico, pictórico e escultórico, foram sempre acompanhadas e reforçadas de pesquisas cuidadosas e interessantes sobre materiais, cores e formas. Mas o que mais se destaca na obra deixada por esse artista multidisciplinar é a sua permanente fidelidade ao homem, o tenaz e instintivo humanismo que se destaca de cada sua pintura ou escultura. Não há dúvida que a arte foi para ele, antes de tudo, compreensão da condição humana.

A disposição de Laurindo Galante na direção de um tema escolhido foi sempre conforme a uma solidariedade humana substancial. A sua “denuncia”, também vigorosa, nasceu no interior de uma complexa visão da realidade aberta a desenvolvimentos novos e positivos. Daí a extraordinária vitalidade que o artista atribui às interpretações psicológicas de seus “temas”. Transformados em personagens suas estruturas anatômicas se unificam numa figuração que é representada numa participação comovida da condição humana, paralelamente a uma mensagem de vital liberdade.

A ideia do sublime, vivo somente no espírito e irrealizável nas imagens criadas pelo homem, é com efeito tomada muitas vezes como ponto de partida quando desejamos explicar porque a realização não se iguala à concepção. Excelente retratista, Galante soube dar às suas figuras uma concreta e singular espiritualidade que ilumina e anima do seu interior, com traços e toques refinados além de uma cuidadosa modulação.

Sempre na melhor tradição da arte secular, sua escultura em bronze “O Carajá”, obra adquirida pelo Governo do Estado em 1942 e integrante do Acervo Artístico da Assembleia Legislativa – representando um índio conduzindo sua canoa – é uma obra profundamente romântica e descritiva onde se destaca um dinamismo harmonizado de flexões mais líricas que dramáticas.


História

Laurindo Galante nasceu em São Paulo, em 1905 onde faleceu em 1970 aos 64 anos de idade. Sexto filho de um casal de imigrantes italianos, fez seu curso primário na Escola Romão Puigari, no Brás onde teve as primeiras aulas de modelagem em argila. Desde os 10 anos de idade manifesta seus pendores artísticos, desenhando e pintando, influenciado pelas obras e os trabalhos dos “capomastri” e dos escultores do Liceu de Artes e Ofícios.

Nos anos 20 estudou desenho, pintura e escultura na antiga Escola Profissional Masculina de São Paulo, sob a orientação dos pintores José Barchita e Campos Aires e do escultor sueco Ferdinand Frick. Ainda no Liceu realizou um curso de desenho de ornatos com o professor e artista Nicola Rollo. Em 1925 trabalhou como auxiliar do mestre Frick nas obras escultóricas da Catedral da Sé, período em que seus trabalhos estavam realmente ligados a motivos sacros e religiosos. Nessa época realizou os monumentos a Don Néri, Bispo de Campinas (1922), a Santo Antônio do Pari 1932.

Suas esculturas eram modeladas, as obras maiores em barro e as menores em palestina, massa criada feita por ele mesmo. Posteriormente fundia em modelos em gesso ou cimento, ou encomendava sua fundição em bronze, ou ainda eram passadas para mármore ou pedra.

A partir de 1940 participa de vários Salões de Belas Artes, onde foi premiado com a Pequena Medalha de Ouro no Salão Paulista de (1953), com a escultura “Os Imigrantes” e a Grande Medalha de Ouro com a obra “Prostração” (1962). Autor de esculturas monumentais possui obras em diversas igrejas, locais públicos e em acervos oficiais, onde destacamos: busto de “Fernando Costa”, Palácio dos Bandeirantes e na sede do Parque da Água Branca, o busto de Almeida Junior na galeria Prestes Maia, o de Rui Barbosa em Itapevi e no Chile, o painel em alto relevo de 17 metros de extensão, representando a história de São Paulo no antigo Banco Paulista de Desconto, um enorme painel e estatua no Clube Monte Líbano, alto relevo sobre Dom Bosco, no Colégio Salesiano de Americana, um Cristo de 7 metros no Parque Municipal de Ribeirão preto, uma estátua do Bispo de Ribeirão Preto em frente à Catedral, estátua de Dom Bosco na Igreja Nossa Senhora de São Paulo, o batistério da Igreja de Santo Antônio do Pari, busto do General Miguel Costa no Regimento de Cavalaria 9 de Julho, busto de Getúlio Vargas, inaugurado pelo próprio presidente em Escola do Ipiranga, vários exemplares de “O pensador” nos cemitérios São Paulo, Quarta Parada e da Saudade em Franca, busto Morvan Figueiredo na Escola Senai de São Paulo, além de várias estátuas de Dom Bosco enviadas para Itália. Destacou-se também na pintura e no desenho a carvão ou bico de pena, dominava também as técnicas de pintura a óleo, aquarela e pastel.

 

*FONTE: https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=281422